Atitudes sustentáveis e o combate à recicrença
- Cecilia Gomes

- 25 de set.
- 4 min de leitura
Atualizado: há 2 dias
Desde que a sustentabilidade entrou na minha vida, nunca mais saiu, seja como consumidora, seja como empreendedora/empresária/consultora... Sendo um valor para mim, me identifico pessoalmente com negócios que adotam soluções sustentáveis como um valor também. Pode ser qualquer negócio. Inseriu a sustentabilidade, tem a minha atenção.
Não sou perfeita. Confesso que falho bastante ao aceitar garrafas plásticas de água se estiver na rua e bater a vontade de beber água. Mas faço um esforço danado para gerar o mínimo de resíduo possível.
Gosto de produtos que são oferecidos em embalagens sustentáveis, daqueles que possuem uma versão “compacta” e economizam em embalagem, transporte e deixam para mim a tarefa de completar a fórmula com água, por exemplo.
Nessa linha, já uso/usei produtos da Positiv.a e da YVY Brasil, pois além de pensar nas embalagens, focam também no desenvolvimento de produtos que agridem menos o meio ambiente.
Mas sempre sonhei com a possibilidade de levarmos nossas embalagens até a loja e lá enchê-las com os produtos, especialmente produtos de limpeza da casa. Já pensou na quantidade de embalagens que deixariam de ser fabricadas e depois ir para o lixo com uma solução dessas?
Pois na Itália isso é uma realidade para muita gente e eu vi com meus próprios olhos (foto abaixo).

A LavaVerde tem pontos de venda espalhados pelo país, em que o consumidor pode comprar o produto na embalagem, mas pode também levar uma embalagem e enchê-la com o produto.
Juro que quando vi isso quase tive um treco de felicidade e inveja de quem pode fazer isso e não fica sofrendo a cada ida ao supermercado. Foi a realização de um sonho.
Os números da geração de resíduos com embalagens plásticas são assustadoramente baixos. E um dos fatores que contribuem e muito para essa situação é a RECICRENÇA, ou seja, a crença de que todo material depositado na lixeira de recicláveis será efetivamente reciclado. Vi esse termo (RECICRENÇA) há alguns meses em um artigo do blog Movimento Circular, escrito pela Gisela Antakly Martinez.
Ainda conforme este mesmo artigo, de acordo com o "Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2024" da ABREMA, a taxa de reciclagem no país atingiu 8% em 2023, com 6,7 milhões de toneladas de resíduos recicláveis, como plástico, vidro, metais e papelão, sendo processados. Desse total, os catadores informais foram responsáveis por aproximadamente dois terços dos materiais reciclados, enquanto a coleta seletiva municipal contribuiu com um terço.
Deu para entender que não é por que é reciclável que será reciclado?
Ao assumir essa premissa, você está colocando a sua responsabilidade (da não geração do resíduo) em terceiros, quando deveria ser sua, do(a) consumidor(a) que adquiriu o produto.
Atitudes sustentáveis e o combate à recicrença
Quando penso em reduzir meu impacto, uso os 5 Rs:
Recuso o que não preciso. Ex: recuso sacolas plásticas buscando sempre ter uma alternativa;
Reduzo comprando menos embalagens ou escolhendo produtos com embalagem mínima. Lava Verde, Positiv.a, Yvy são bons exemplos disso. No supermercado, dou preferência a embalagens que posso destinar à coleta seletiva;
Reutilizo embalagens, potes, frascos. Levo garrafas na feira quando compro água de coco em vez de ficar sempre comprando uma garrafa nova. O feirante me dá R$ 1,00 de desconto por garrafa retornável. Evito lixo desnecessário e ainda economizo;
Repenso minhas escolhas de consumo: por que comprar algo descartável? Qual impacto dessa embalagem? Esse repensar leva a preferir modelos de negócio mais sustentáveis, e, por fim;
Reciclo o que não for possível evitar ou reutilizar. Faço coleta seletiva quando disponível. Também uso o serviço do Ciclo Orgânico Compostagem. Eles recolhem semanalmente o meu lixo orgânico. Isso evita resíduos misturados, melhora reciclagem, reduz emissões.
O que mais podemos fazer no nosso dia a dia? Alguns hábitos no cotidiano para evitar lixo plástico:
Comprar a granel quando possível, levando potes ou sacos reutilizáveis;
Evitar produtos com muitas embalagens secundárias ou excessivas;
Usar utensílios duráveis em casa (escovas de bambu, panos de pano, sacolas de tecido);
Priorizar marcas que ofereçam refil ou sistema de retorno de embalagens;
No supermercado, evitar descartáveis de uso único. Trocar por itens laváveis ou reutilizáveis; e
Apoiar e divulgar iniciativas locais de coleta e reciclagem ou programas como compostagem, logística reversa.
E você, consumidor(a), bora mudar os hábitos de consumo e principalmente parar com essa RECICRENÇA? Não deixe de fazer por achar que é pouco. Mudar pequenos hábitos gera grandes impactos.
Quer saber mais e entender como podemos fazer seu negócio mais alinhado com práticas sustentáveis e de ESG? Entre em contato através do e-mail cgomes@cgomes.com.br ou clique aqui.
Sobre a autora:
Cecilia Gomes é profissional com +25 anos de experiência em desenvolvimento de negócios e gestão de empresas. Hoje lidera a CGomes Consultoria e Mentoria, onde conecta gestão estratégica e gestão financeira a tendências como ESG, sustentabilidade e inovação, ajudando empresas a crescerem alinhadas às novas demandas do mercado.
Como empreendedora, atuou no ramo de alimentação industrial, fornecendo alimentação para empresas da construção civil. Foi Diretora Financeira e de Operações por 10 anos da Ccaps Translation e Localization e por 4 anos do CEBDS - Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável. Foi Diretora de Marketing da ABMEN - Associação Brasileira dos Mentores de Negócio (2018 / 2019) e é mentora certificada PMBM de programas de B2Mamy, Inovativa Brasil e Founder Institute entre outros.

