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Transformar um problema comum em um grande negócio: o que aprendemos com 1-800-GOT-JUNK? e Dr. Consulta?

  • Foto do escritor: Cecilia Gomes
    Cecilia Gomes
  • 5 de ago.
  • 4 min de leitura

Atualizado: há 2 dias

Nem toda ideia precisa ser inédita. Às vezes, resolver bem um problema comum é o suficiente. Foi o que fizeram Brian Scudamore, com a 1-800-GOT-JUNK?, e a equipe por trás do Dr. Consulta.


Ambos partiram de propostas simples: tirar entulho e oferecer consultas médicas acessíveis e conseguiram escalar. Mas isso não aconteceu só pela ideia. A diferença veio da forma como cada um organizou a gestão, posicionou a marca e ajustou o modelo de negócio ao longo do tempo.


Scudamore começou com um caminhão alugado. Em 1994, demitiu toda a equipe. Disse que errou na cultura e recomeçou do zero. A empresa ganhou destaque pela identidade visual forte, atendimento padronizado e crescimento via franquias. Mas também foi criticada pelas rotinas pesadas de trabalho e por decisões duras na liderança.

Caminhão azul com "1-800-GOT-JUNK?" e homem em cima, carregado de móveis, ao lado de casa. Ambiente verde e ensolarado.

logo Doutor Consulta sobre fundo azul

O Dr. Consulta cresceu com base em tecnologia e uso de protocolos clínicos. Escalou rápido, atraiu investidores, popularizou o acesso à saúde. Mas também enfrentou desafios: insatisfação de parte dos médicos, discussões sobre autonomia e pressão por produtividade.


Esses dois exemplos mostram que:

  • A ideia não precisa ser genial. Precisa resolver um problema real;

  • Gestão, cultura e marca fazem toda a diferença;

  • Crescer exige escolhas difíceis e disposição para ajustar o rumo.


Mas como transformar um problema comum em um grande negócio? E como saber se você está resolvendo uma dor real?


É muito comum ver empreendedores se apaixonando por uma solução sem nem antes entender se ela endereça uma dor real e mesmo sem pensar em como seu possível cliente estaria resolvendo sua dor. Assim, é preciso validar a dor antes de construir a solução.

Startups costumam seguir processos práticos para entender se há um problema real. Alguns métodos são simples o suficiente para pequenos empreendedores aplicarem. Veja abaixo alguns deles e como podem ser aplicados, individualmente ou em conjunto:


  1. Entrevista de problema:


Método validado pelo Lean Startup , de Erik Reyes, e pelo Running Lean, de Ash Maurya. A ideia é não testar a solução, mas entender a fundo o problema do cliente.


Envolve:

  • Conversar com clientes em potencial, sem oferecer solução;

  • Perguntar sobre o contexto, frustrações, comportamentos e soluções atuais;

  • Ouvir o que incomoda mais no dia a dia;

  • Identificar frequência, intensidade e impacto da dor.


  1. Jobs to Be Done:


Processo tem como objetivo investigar o que o cliente quer realmente obter. Essa mudança de foco ajuda a identificar soluções mais eficazes para o problema que efetivamente existe e mais alinhadas com a nova economia em que a posse é menos valorizada em detrimento da solução.


Enfatiza o “trabalho” que o cliente quer realizar, não o produto que ele terá que possuir. Exemplo clássico: "as pessoas não querem furadeira, querem um furo na parede”; "a pessoa não quer o processo de comprar água, ela quer matar a sede".


Processo envolve:

  • Investigar o que leva o cliente à ação;

  • Entender gatilhos e obstáculos;

  • Mapear como o cliente tenta resolver o problema hoje.

 

  1. Mapa de Empatia:


É uma ferramenta do Design Thinking para estruturar a escuta ativa. O Mapa de Empatia ajuda a conhecer melhor o público e a entender o que o cliente sente, pensa, escuta e faz, reunindo pistas sobre as dores reais que podem ser resolvidas. Usado no início para formular hipóteses sobre a dor e depois validar com clientes reais.


Ajuda a responder:

  • O que o cliente vê, sente, pensa, escuta e faz?;

  • Quais são suas dores e ganhos?


Diagrama de empatia com seção central mostrando um rosto sorridente. Seções: Pensa e Sente, Escuta, Vê, e Fala e Faz. Abaixo: Dor e Ganhos.

  1. MVP exploratório:


Uma das etapas importantes de validar uma solução é criar um MVP, ou seja, um Produto Mínimo Viável. O MVP é o produto mínimo, mais simples possível, que permitiria testar a solução a ser adotada.


Se fosse um app, por exemplo, seria algo com o mínimo de funções possíveis, podendo ser também uma landing page ou mesmo um Google Forms, uma página simples, um anúncio ou até uma conversa direta para testar se há interesse por aquela solução. Se ninguém responder, talvez a dor não seja tão urgente quanto você pensava. É importante avaliar antes mesmo de desenvolver a solução medindo o interesse através de cliques, inscrições, mensagens recebidas...

 

Reforçando...

Antes de investir tempo e dinheiro, comece com uma pergunta simples: esse problema é real ou estou agindo com base em achismos?

Mesmo que você atenda um nicho, como quem só usa camiseta de bolinha, é preciso avaliar se o mercado é suficiente para sustentar seu negócio.


Se a dor existe e o mercado é viável, o próximo passo é pensar: como posso resolver de forma mais barata, mais rápida ou melhor? Onde está meu consumidor? O que ele valoriza?


A inovação está nessas respostas. Mas é a gestão que vai transformar essas respostas em um modelo de negócio viável e consistente.


Negócios simples também escalam. Desde que tenham clareza, foco e coragem para ajustar o rumo sempre que for preciso.


Quer saber como posso ajudar? Entre em contato. Fez sentido para você? Comente e compartilhe para ajudar outros negócios a crescerem e salve para consultar depois.



Sobre a autora:

Cecilia Gomes é profissional com +25 anos de experiência em desenvolvimento de negócios e gestão de empresas. Hoje lidera a CGomes Consultoria e Mentoria, onde conecta gestão estratégica e gestão financeira a tendências como ESG, sustentabilidade e inovação, ajudando empresas a crescerem alinhadas às novas demandas do mercado.


Como empreendedora, atuou no ramo de alimentação industrial, fornecendo alimentação para empresas da construção civil. Foi Diretora Financeira e de Operações por 10 anos da Ccaps Translation e Localization e por 4 anos do CEBDS - Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável. Foi Diretora de Marketing da ABMEN - Associação Brasileira dos Mentores de Negócio (2018 / 2019) e é mentora certificada PMBM de programas de B2Mamy, Inovativa Brasil e Founder Institute entre outros.

 

 
 
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